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ATÉ QUANDO?

Avanços Médico-Científicos SEM a Experimentação em Animais

Você sabia que os seguintes avanços médicos foram conquistados
SEM a experimentação em animais?
Disponível em PEA (Projeto Esperança Animal)
01) Descoberta da relação entre colesterol e doenças cardíacas.
02) Descoberta da relação entre o hábito de fumar e o câncer, e a nutrição e câncer.
03) Descoberta da relação entre hipertensão e ataques cardíacos.
04) Descoberta das causas de traumatismos e os meios de prevenção.
05) Elucidação das muitas formas de doenças respiratórias.
06) Isolamento do vírus da AIDS.
07) Descoberta dos mecanismos de transmissão da AIDS.
08) Descoberta da penicilina e seus efeitos terapêuticos em várias doenças.
09) Descoberta do Raio-X.
10) Desenvolvimento de drogas anti-depressivas e anti-psicóticas.
11) Desenvolvimento de vacinas, como a febre amarela.
12) Descobrimento da relação entre exposição química e seus efeitos nocivos.
13) Descoberta do Fator RH humano.
14) Descoberta do mecanismo de proteína química nas células, incluindo substâncias nucléicas.
15) Desenvolvimento do tratamento hormonal para o câncer de próstata.
16) Descoberta dos processos químicos e fisiológicos do olho.
17) Interpretação do código genético e sua função na síntese de proteínas.
18) Descoberta do mecanismo de ação dos hormônios.
19) Entendimento da bioquímica do colesterol e "hipercolesterolemia" familiar.
20) Produção de "humulina", cópia sintética da insulina humana, que causa menos reações alérgicas.
21) Entendimento da anatomia e fisiologia humana.
Fonte: "Physicians Committee for Responsible Medicine"

Testando 1, 2, 3 (PETA)

Comercial do PETA, falando sobre teste em animais.



Às pessoas que não se sensibilizarem com estas imagens gostaríamos de sugerir duas coisas:

1. Revejam seus valores!

2. Procurem se informar e saiam desse comodismo! Vocês verão que os argumentos em prol do uso de animais em laboratórios são possíveis de serem derrubados! Leiam, informem-se! É possível mudar essa triste e cruel realidade.

OS ANIMAIS NÃO ESTÃO AQUI PARA NOS SERVIR!!!

DIREITOS ANIMAIS: A ABORDAGEM ABOLICIONISTA

Este é um blog imperdível para quem deseja aprofundar ou iniciar nos estudos sobre os direitos animais dentro de uma perspectiva abolicionista. Trata-se de uma página com tradução autorizada do website do professor Gary L. Francione, autor de Animal Rights: The Abolitionist Approach, e uma das maiores referências do assunto na atualidade. Aqui, o leitor tem acesso ao material principal para entender o veganismo abolicionista não violento, com textos e posts publicados pelo autor desde 2006 até hoje.


DIREITOS ANIMAIS: A ABORDAGEM ABOLICIONISTA






Debate sobre Experimentação Animal

Assistam! Debate realizado na MTV em 2008, sobre Experimentação Animal. São dois lados - um contra e outro a favor, expondo suas posições de forma bastante intensa. Vale a pena ver para que possamos rebater de forma coerente e embasada os argumentos levantados por quem ainda defende essa atrocidade. Divulguem!!

Entrevista com a Dra. Odete Miranda sobre Vivissecção

Entrevista sobre vivissecção com a Dra. Odete Miranda, médica cardiologista, docente da Faculdade de Medicina do ABC e Presidente Executiva da Tribuna Animal. Vale a pena assistir para ver tudo que há por trás dessa prática absurda e cruel!

A dor é a mesma!


"Jamais creia que os animais sofrem menos do que os humanos. A dor é a mesma para eles e para nós. Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos."
(Dr. Louis J. Camuti)

Porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta...


A covardia coloca a questão: 'É seguro?'
O comodismo coloca a questão: 'É popular?'
A etiqueta coloca a questão: 'É elegante?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.
Martin Luther King



Agora é mãos à obra!!

Ao longo de uma semana, o blog Libertação Animal divulgou uma enquete para saber como as pessoas gostariam de manifestar seu repúdio contra a vivissecção e a expetimentação animal em Brasília no dia 16 de abril, data em que várias cidades brasileiras acolherão protestos semelhantes. O resultado final foi:

- Protesto em frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia - 59%
- Manifestação virtual por meio do uso de uma imagem comum - 54%
- Colocando faixas e cartazes em frente ao MCT - 50%
- Caminhada no Parque da Cidade - 31%
- Promoção de um debate sobre o assunto - 22%
- Realização de uma atividade cultural - 13%
- Almoço coletivo - 9%

Estamos dando início à organização, tanto da manifestação que será realizada no dia 16 de abril em frente ao Ministério de Ciência e Tecnologia, quanto do protesto virtual. Para que este projeto se concretize, precisamos de voluntários dispostos a ajudar. Por favor, pessoas interessadas em participar da manifestação e/ou em ajudar com a organização, divulgação e/ou preparação da mesma, enviem e-mail para bsblibertacao@gmail.com. Contamos com vocês!

Referências sobre Direitos Animais no Brasil


Para quem deseja se aprofundar na questão, aí vão algumas referências de pessoas e grupos que pensam a questão do Direito dos Animais no Brasil. Assim como no mundo todo, é possível verificar diferenças em suas matrizes teóricas, mas tais divergências - ao invés de serem entendidas como um aspecto negativo, servem para enriquecer o debate.

Heron José de Santana Gordilho - Professor Adjunto I da Universidade Federal da Bahia, associado ao seu programa de pós-graduação, onde lidera o grupo de pesquisa – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Direito Ambiental e Direito Animal – NIPEDA. Presidente do Instituto Abolicionista Animal, Heron também é editor da Revista Brasileira de Direito Animal e, entre outras coisas, atua como colunista da Agência de Notícias dos Direitos Animais - ANDA, site já bastante conhecido e consultado pelas pessoas que atuam nessa área. Nesta entrevista, também publicada pela ANDA, o prof. Heron fala sobre sua trajetória pessoal e profissional, bem como expõe as bases de seu pensamento.

Sônia Teresinha Felipe - Doutora em Teoria Política e Filosofia Moral, com pós-doutorado em Bioética-Ética Animal, co-fundadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Violência, ex-voluntária do Centro de Direitos Humanos da Grande Florianópolis, co-autora de "Ética e experimentação animal: argumentos abolicionistas" (Edufsc), entre outras publicações. Neste livro, ela reconstitui os argumentos contrários à experimentação em animais vivos, formulados a partir de quatro perspectivas morais distintas e influentes: das tradições religiosas antigas, da filosofia moderna e contemporânea, da própria ciência, e da tradição jurídica.

Sérgio Greif - Vegano há mais de 10 anos e um dos mais importantes ativistas pelos direitos animais do Brasil, o biólogo Sérgio Greif é formado pela UNICAMP, além de ter mestrado em Ciências da Nutrição pela mesma universidade. É co-autor do livro A Verdadeira Face da Experimentação Animal – sua saúde em perigo e autor de Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação.

Instituto Nina Rosa - Desde 2000, o INR visa promover conhecimento sobre defesa animal, consumo sem crueldade e vegetarianismo. Por princípio, não recebem recursos de empresa ou organismo contrários aos ideais que buscam erradicar todas as formas de exploração animal. Excelente fonte de informação e uma das maiores referência atualmente aqui no Brasil!

Grupo pela Abolição do Especismo (GAE) - Sediados em Porto Alegre, o GAE reúne interessados em pesquisar e divulgar alternativas às práticas de exploração animal; incentivar alimentação e consumo que respeite os animais, não agrida a natureza e a saúde; conscientizar sobre a responsabilidade para com todos os seres sencientes. A página possui vários artigos formidáveis!

Direitos Animais Unicamp - Este link é para o blog do Grupo de Estudos Sobre Direitos Animais da Universidade de Campinas. Aparentemente, a página está um pouquinho desatualizada, pois a última postagem ocorreu em 2010. Mas ainda assim vale a pena consultar. Nela, há uma seção voltada para apresentar os trabalhos de alguns dos principais personagens do movimento de libertação animal: os filósofos de direitos animais Tom Regan, Bernard Rollin, Gary Francione, e o filósofo utilitarista Peter Singer. Muito bom!

Vanguarda Abolicionista - Esta página é bacaníssima! Montada por um coletivo que luta contra a exploração animal em seus diversos níveis na sociedade e atua por meio de protestos, manifestos, palestras, sempre levando o abolicionismo às entrelinhas da condição humana. Ótima referência!

Frente Brasileira para Abolição da Vivissecção - A FBAV é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover a abolição TOTAL da experimentação animal. Neste sentido, sua luta é pelo fim desta prática por meio da divulgação e denúncia das barbáries e tragédias causadas ao longo destes anos. Tem como base ideológica os ensinamentos de Hans Ruesch (CIVIS) e Javier Burgos (SUPRESS). No site é possível encontrar muito material informativo, referências bibliográficas, entre outras coisas. Vale a pena visitar!

Holocausto Animal - Grupo criado em 2005 cujo propósito é atuar na defesa dos direitos animais. São contra todo tipo de exploração a que os animais são submetidos e sua atuação se dá por meio de manifestações e protestos nacionais e internacionais em defesa dos direitos animais.

VEDDAS - Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade - O VEDDAS trabalha para promover a defesa dos direitos animais e difundir os argumentos em favor de uma alimentação e estilo de vida livres da exploração de seres senscientes. Articulado por um grupo de ativistas, sua atuação abrange desde a produção de materiais informativos até a promoção de campanhas, protestos, eventos e outras ações educativas.

Ativismo.com - Trata-se de um sítio informativo voltado para a divulgação dos direitos animais, a preservação ambiental e a valorização da vida humana. Sua atuação se dá por meio do incentivo de práticas legais, como os protestos pacíficos, abaixo-assinados, envio de e-mails, entre outros. Página excelente, com diversos registros de manifestações no Brasil e no mundo!

Participe da manifestação do dia 16 de abril

Entre em contato para confirmar sua participação na manifestação do dia 16 de abril, em Brasília. Outras cidades do Brasil também irão expressar seu repúdio às práticas da vivissecção e experimentação em animais. 

Estamos precisando de voluntários para ajudar na organização do nosso protesto! Escreva para bsblibertacao@gmail.com.

O modelo animal

Por Sérgio Greif
Fonte: Revista dos Vegetarianos

Se um pesquisador propusesse testar um medicamento para idosos utilizando como modelo moças de vinte anos; ou testar os benefícios de determinada droga para minimizar os efeitos da menopausa utilizando como modelo homens, certamente haveria um questionamento quanto à cientificidade de sua metodologia. Isso porque assume-se que moças não sejam modelos representativos da população de idosos e que rapazes não sejam o melhor modelo para o estudo de problemas pertinentes às mulheres. Se isso é lógico, e estamos tratando de uma mesma espécie, por que motivo aceitamos como científico que se teste drogas para idosos ou para mulheres em animais que sequer pertencem à mesma espécie?

Por que aceitar que a cura para a AIDS esteja no teste de medicamentos em animais que sequer desenvolvem essa doença? E mesmo que o fizessem, como dizer que a doença se comporta nesses animais da mesma forma que em humanos? Mesmo livros de bioterismo reconhecem que o modelo animal não é adequado.

Dados experimentais obtidos de uma espécie não podem ser extrapolados para outras espécies. Se queremos saber de que forma determinada espécie reage a determinado estímulo, a única forma de fazê-lo é observando populações dessa espécie naturalmente recebendo esse estímulo ou induzi-lo em certa população.

Induzir o estímulo esbarra no problema da ética e da cientificidade. Primeira pergunta: será que é certo, será que é meu direito pegar indivíduos e induzir neles estímulos que naturalmente não estavam incidindo sobre eles? Segunda pergunta: será que é científico, se o organismo receber um estímulo induzido, de maneira diferente à forma como ele naturalmente se daria, será ele modelo representativo da condição real?

Ratos não são seres humanos em miniatura. Drogas aplicadas em ratos não nos dão indícios do que acontecerá quando seres humanos consumirem essas mesmas drogas. Há algumas semelhanças no funcionamento dos sistemas de ratos e homens, é claro, somos todos mamíferos, mas essas semelhanças são paralelos. Não se pode ignorar as diferenças, as muitas variáveis que tornam cada espécie única. Essas diferenças, por menores que pareçam, são tão significativas que por vezes produzem resultados antagônicos.

Testes realizados em ratos não servem tampouco para avaliar os efeitos de drogas em camundongos. Isso porque apesar de aparente semelhança, ambas as espécies possuem vias metabólicas bastante diferentes. Diferenças metabólicas não são difíceis de encontrar nem mesmo dentro de uma mesma espécie, admite-se que as drogas presentes no mercado são efetivas apenas para 30-50% da população humana.

Na prática o que acontece é que um rato pode receber uma dose de determinada substância e metabolizá-la de maneira que ela se biotransforme em um composto tóxico. A toxicidade mata o rato, mas no ser humano essa droga poderia ser inócua, quem sabe a resposta para uma doença severa. Por outro lado, o teste em ratos pode demonstrar a segurança de uma droga que no ser humano se demonstre tóxica.

Centenas de drogas testadas e aprovadas em animais foram colocadas no mercado para uso por seres humanos e precisaram ser recolhidas poucos meses após, por haverem sido identificados efeitos adversos à população. Se as pesquisas com animais realmente pudessem prever os efeitos de drogas a seres humanos, esses eventos não teriam ocorrido. Dessa forma, pode-se inferir que a pesquisa que utiliza animais como modelo não só não beneficia seres humanos, como também potencialmente os prejudica.

O modelo de saúde que defendemos é aquele que valoriza a vida humana e animal. Os interesses da indústria farmacêutica e das instituições de pesquisa que lucram com a experimentação animal não nos dizem respeito. Buscamos por soluções reais para problemas reais.

Os maiores progressos em saúde coletiva se deram através de sucessivas mudanças no estilo de vida das populações. Há uma forte co-relação entre nossa saúde e o estilo de vida que levamos. Se nosso estilo de vida é dessa ou daquela forma, isso reflete em nossa saúde. Está claro que as doenças sejam reflexo, em grande parte, de nosso estilo de vida e que a cura deva estar em correções nesses hábitos.

Sérgio Greif é biólogo, mestre e ativista pelos direitos animais. Formado pela UNICAMP em 1998, é co-autor do livro “A Verdadeira Face da Experimentação Animal” e autor de “Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação”. Entre outros assuntos, Sérgio se interessa por bioética, gestão de sistemas de saúde e métodos substitutivos ao uso de animais na ciência e ensino.

No dia 16 de abril, DIGA NÃO!

Hans Huesch entrevista Dr. Werner Hartinger

"A Vivissecção é bárbara, inútil e um impecilho ao progresso científico."
Dr. Werner Hartinger (Cirurgião, Alemanha, 1988)





Respeitado médico cirurgião, o dr. Werner Hartinger investigou e questionou veemente a prática de experimentação em animais no meio científico. Por meio de uma análise meticulosa, ele chegou à conclusão de que tais experimentos, além de não serem necessários, são questionáveis em termos de resultados. É autor do livro The Animals are Our Brothers and Sisters. Ele faleceu em 2000, após ter dedicado mais de 30 anos de sua vida à prática médica.

Vivissecção: um negócio indispensável aos interesses da ciência?

Fonte: Alternativas Éticas
Sônia T. Felipe

Cientistas e pesquisadores que investigam as doenças que afligem humanos são treinados em centros de pesquisa na prática criminosa da vivissecção, proibida pela Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, quando há métodos substitutivos. Em muitos casos, a vivissecção é o único método no qual a inteligência científica recebe treinamento. Nos últimos quarenta anos, a pesquisa biomédica centrou esforços em experimentos com “modelos” obtidos às custas do sofrimento e morte de animais não-humanos, usados para espelhar as doenças produzidas num ambiente físico e mental humano. Entre essas estão o câncer, os acidentes vasculares, a hipertensão, a hipercolesterolemia, o diabetes, a esclerose múltipla, as degenerações neurológicas conhecidas por mal de Parkinson e mal de Alzheimer, a “depressão” e outras formas de sofrimento psíquico. Ratos, camundongos, cães, símios, cavalos, porcos e aves são comercializados no mercado vivisseccionista.

Só para dar um exemplo: Calcula-se que sejam 2, 6 milhões de humanos sofrendo de esclerose múltipla ao redor do planeta. Os medicamentos obtidos a partir da vivissecção de roedores fracassaram. Cientistas reconheceram que a causa da doença é “ambiental”, contribuindo para ela diferentes genes, não apenas um. Os medicamentos disponíveis hoje, de origem microbiana, não resultaram da vivissecção, e sim da codificação da estrutura físico-química deles (Greek & Greek, Specious Science).

Não sendo aquelas doenças de origem genética nem hereditária, qual seria o propósito científico em se insistir na arquitetura do modelo animal para buscar a cura delas?

Talvez se possa saber a resposta, olhando para os interesses financeiros (reais “benefícios humanos”?), em jogo na base, em volta e por detrás da atividade vivisseccionista acadêmica e dos negócios que ela encobre. Consultando-se a tabela de preços das empresas que fornecem camundongos geneticamente modificados para pesquisas vivisseccionistas, por exemplo, começamos a ter uma idéia do que se esconde por detrás do argumento do “benefício humano”, que os vivisseccionistas defensores da legalização desta prática anti-ética usam como escudo para protegerem-se das críticas abolicionistas.

A pesquisa com animais vivos “beneficia interesses humanos”: o preço de um camundongo geneticamente modificado, para citar apenas uma espécie usada na vivissecção, pode variar de U$ 100,00 a U$ 15.000,00 dólares a unidade. Os utensílios para o devido manejo de um animal desses não são oferecidos por preços camaradas. Um aparelho para matar, de forma “humanitária”, animais usados na pesquisa, desativando-lhes as enzimas cerebrais, custa algo em torno de U$ 70.000,00 a unidade. Aparelhos para conter ratos, cães, gatos e macacos, podem custar entre U$ 4.500,00 a U$ 8.500,00 a unidade. Os “produtores” de animais também são parte desta cadeia que forma a “dependência da ciência em relação à vivisseccção”, sem a qual ela não pode sobreviver hoje, e à qual a vida e a saúde humana estão algemadas.

Em 1999, relatam Greek & Greek, a venda de camundongos nos Estados Unidos alcançou 200 milhões de dólares. A de outros animais chegou a 140 milhões de dólares. Mas, os “benefícios humanos” aos quais os vivisseccionistas se referem em sua defesa pública da regulamentação da vivissecção no Brasil, não se restringem apenas ao que os empresários produtores de animais e fabricantes de aparelhos para contê-los nos biotérios e laboratórios faturam. Também os editores das revistas, jornais e livros são parte desta comunidade humana “beneficiada” pela vivissecção. E, finalmente, o benefício humano mais espetacular está no faturamento da indústria química e farmacêutica, uma cadeia de negócios ao qual estão atreladas todas as farmácias ao redor do planeta e todas as pessoas que compram medicamentos alopáticos na esperança de cura ou alívio de seus males, e alimentos processados, cujos componentes levaram os animais a sofrerem o Draize Test e o LD 50.

Mas, quando os vivisseccionistas publicam artigos defendendo a legalização de sua prática anti-ética, a de matar animais para inventar modelos que possam espelhar doenças humanas, mesmo sabendo que cada organismo tem sua própria realidade ambiental e não existe um meio que possa curar uma mesma doença em todos os indivíduos, pois cada um a desenvolve de modo peculiar, os “benefícios contábeis” e os “benefícios acadêmicos” acumulados em todos os elos dessa cadeia vivisseccionista são escondidos do leitor. Ninguém publica, no Brasil, um relato minucioso do montante destinado pelas agências financiadoras à pesquisa vivisseccionista. Por isso, não temos conhecimento dos custos do fracasso vivisseccionista (AIDS, câncer, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, diabetes, colesterolemia, doenças ambientais, muito mais do que genéticas).

A pesquisa com animais levou a indústria farmacêutica ao apogeu nos últimos vinte anos. Não casualmente, nestes últimos vinte anos, multiplicaram-se as mortes por insuficiência circulatória, hipertensão, diabetes, câncer, síndromes neurológicas degenerativas, cirrose hepática e infecções. O componente ambiental dos males humanos não pode ser espelhado em organismo de ratos e camundongos. Ao mesmo tempo, vivisseccionistas insistem em defender a lei que legalizará sua prática, dando a entender ao público leigo que a vivissecção é a “saída” para a cura dos males humanos. Seus artigos “científicos” não produzem efeito, nem sobre seus pares vivisseccionistas. Como poderiam produzir efeitos sobre a saúde humana? 80% dos artigos publicados em revista especializada são citados no máximo uma vez em outros veículos, e 50% dos artigos vivisseccionistas jamais são citados, seja na mesma, seja em outras revistas (Greek &Greek). Os milhões de animais mortos para que tais artigos sejam publicados e para que seus autores os contabilizem em sua produtividade acadêmica, tiveram suas vidas destruídas para nenhum outro “benefício humano”, a não ser dar a seus autores o título de mestre e doutor, ou a concessão de bolsas de produtividade.

São esses os reais “benefícios humanos” da prática vivisseccionista, dos quais ninguém pode abrir mão?

Sônia T. Felipe
Sônia T. Felipe, doutora em Filosofia Moral e Teoria Política pela Universidade de Konstanz, Alemanha, membro do Bioethics Institute da Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento, FLAD; pós-doutorado em bioética com recorte em ética animal, Professora e pesquisadora da UFSC, orienta monografias, dissertações e teses em bioética, ética animal, ética ambiental, direitos humanos e teorias da justiça. Autora de, Ética e experimentação animal: fundamentos abolicionistas (Edufsc, 2007) e Por uma questão de princípios (Boiteux, 2003).

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

Proclamada pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas em 27 de janeiro de 1978

Preâmbulo:

Considerando que cada animal tem direitos;

considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos levaram e continuam a levar o homem a cometer crimes contra a natureza e contra os animais;

considerando que o reconhecimento por parte da espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das espécies no mundo;

considerando que genocídios são perpetrados pelo homem e que outros ainda podem ocorrer;

considerando que o respeito pelos animais por parte do homem está ligado ao respeito dos homens entre si;

considerando que a educação deve ensinar à infância a observar, compreender e respeitar os animais,

Proclama-se:

Art. 1
Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência.

Art. 2
a) Cada animal tem o direito ao respeito.
b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais.
c) Cada animal tem o direito à consideração, à cura e à proteção do homem.

Art. 3
a) Nenhum animal deverá ser submetido a maus-tratos e atos cruéis.
b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia.

Art. 4
a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de reproduzir-se.
b) A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a este direito.

Art. 5
a) Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no ambiente do homem tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
b) Toda modificação deste ritmo e destas condições impostas pelo homem para fins mercantis é contrária a este direito.

Art. 6
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma duração de vida conforme a sua natural longevidade.
b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Art. 7
Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação do tempo e intensidade do trabalho, a uma alimentação adequada e ao repouso.

Art. 8
a) A experimentação animal que implica um sofrimento físico e psíquico é incompatível com os direitos do animal, seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra.
b) As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Art. 9
No caso de o animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e morto sem que para ele resulte ansiedade ou dor.

Art. 10
a) Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem.
b) A exibição dos animais e os espetáculos que os utilizam são incompatíveis com a dignidade do animal.

Art. 11
O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio, ou seja, um delito contra a vida.

Art. 12
a) Cada ato que leva à morte de um grande número de animais selvagens é um genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.
b) O aniquilamento e a destruição do ambiente natural levam ao genocídio.

Art. 13
a) O animal morto deve ser tratado com respeito.
b) As cenas de violência de que os animais são vítimas devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenham como fim mostrar um atentado aos direitos do animal.

Art. 14
a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser representadas em nível de governo.
b) Os direitos do animais devem ser defendidos por leis, como os direitos do homem.

UNESCO

Sérgio Greif

"Quando a população pedir pelo fim dos testes em animais os cientistas se empenharão nisso".(Sérgio Greif)

Vegano há mais de 10 anos, Sérgio Greif é um dos mais importantes ativistas pelos direitos animais do Brasil. Biólogo formado pela UNICAMP, é também mestre em Ciências da Nutrição pela mesma universidade, onde desenvolveu pesquisa científica sobre os hábitos alimentares vegetarianos. É co-autor do livro A Verdadeira Face da Experimentação Animal – sua saúde em perigo e autor de Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação. Greif pesquisa a bioética, com ênfase nos direitos dos animais, métodos substitutivos ao uso de animais na ciência e ensino, além do vegetarianismo. Crítico severo ao uso de animais em pesquisas científicas, Greif esclarece que “as histórias das descobertas são resumidas de modo a supervalorizar a pesquisa que foi realizada com animais, quando em verdade tudo o que sabemos deriva de outros métodos de pesquisa, sendo a pesquisa com animais quase sempre irrelevante, ou pior, fator complicador de obtenção de resultados confiáveis”. Com propriedade, ele falou com exclusividade para a jornalista da ANDA Cynthia Schneider sobre experimentação animal.

Novos caminhos para um novo milênio

Neste documentário, dividido em 4 partes, a InterNICHE investiga novos caminhos na educação científica. Da anatomia à fisiologia, da cirurgia à farmacologia, foram compilados experimentos clássicos onde o uso de animais foi substituído por uma variedade de métodos alternativos.

Com o foco na obtenção de conhecimentos e habilidades necessárias para um bom desempenho na profissão, estas novas ferramentas e abordagens são demonstradas por professores que as usam hoje em dia.

Alternativas na Educação é um vídeo para professores e estudantes de biologia, medicina humana e veterinária, nutrição, farmacologia, fisiologia, membros de comitês de ética e legisladores.

Assistam e divulguem! Os animais agradecem!






Europa livre de produtos testados em animais

Fonte: Alternativas Éticas

Desde o dia 11 de março de 2009, é ilegal testar ingredientes para cosméticos em animais em qualquer parte da União Européia, havendo ou não um método não-animal disponível. Até essa semana o teste de produtos acabados já era proibido, mas muitos produtos continham ingredientes que poderiam ter sido testados em cobaias. É também ilegal a venda de produtos que tenham sido testados depois dessa data limite.

Está proibido:
1. Testar ingredientes para cosméticos em qualquer parte da União Européia (parágrafo acima)
2. VENDER cosméticos que tenham sido testados em animais após esta data. A exceção é para os testes que serão banidos em março de 2013.
Os testes cosméticos foram banidos na Inglaterra desde 1998, graças à campanha da NAVS. Desde 2004 é ilegal testar em animais quando existem outras alternativas. Entretanto, ainda havia a possibilidade de comprar cosméticos com ingredientes testados em animais. As empresas podiam colocar “não foi testado em animais” já que estavam se referindo ao produto final e não aos ingredientes individualmente.
Segundo as pesquisas mais recentes, mais de 5 mil animais foram usados para testar cosméticos e produtos de higiene. Com a nova lei européia isso acaba – e caso desejem fazer novos testes terão de investir em metodologias de teste mais avançadas. Hoje existem mais de oito mil ingredientes seguros no mercado. Para que mais testes?
A lei impedirá a venda de cosméticos que foram testados fora da União Européia – claro que as empresas “exportavam” os testes para as subsidiárias fora da Europa. A proibição total de produtos testados em animais virá em 2013

O que podemos fazer? (2)

Enquanto organizamos a manifestação do dia 16/04, já é possível dar início a pequenas mudanças!

Que tal começar trocando alguns dos itens que normalmente compramos e que são testados em animais por produtos cujas marcas não realizam tais testes?

Atualmente há listas divulgadas em todos os lugares, em sites de entidades respeitadas, tais como PETA, PEA, entre outros. A infinidade de produtos disponíveis atualmente nos permite fazer estas trocas de forma simples e fácil.

Basta consultar as listas antes de comprar os produtos! Se essa idéia parece radical demais para alguns, nossa sugestão é que as pessoas tentem efetuar as mudanças paulatinamente. Uma semana tentem trocar a marca do detergente, na semana seguinte, do shampoo, e por aí vai.

Que tal se propor este desafio durante o mês de abril?

Os bichinhos agradecem e vocês não vão sentir diferença quase nenhuma, exceto o fato de que terão contribuído para a causa animal!!!


O que podemos fazer? (1)

Vamos nos unir àqueles que manifestarão seu repúdio à Vivissecção e a Experimentação Animal no dia 16 de abril! 

Em Brasília ainda não há nada organizado, mas com certeza a capital federal não pode ficar de fora desse protesto! Por isso, estamos criando uma rede de pessoas interessadas em participar dessa manifestação, prevista para ocorrer por volta das 12:00 em local ainda não definido. 

Você tem alguma sugestão? Envie para nós! Quanto antes mobilizarmos a população, maiores as chances de fazermos uma bela e pacífica demonstração de que somos a favor dos animais! Esperamos pelo seu contato pelo e-mail bsblibertacao@gmail.com!


Libertação Animal

Prefácio da edição de 1990 do livro "Libertação Animal", de Peter Singer.

Reler o prefácio original deste livro é como retornar a um mundo semi-esquecido. Pessoas preocupadas com animais não me oferecem mais sanduíches de presunto. Nos grupos do movimento de Libertação Animal, os ativistas são, agora, todos vegetarianos; mas, mesmo no movimento mais conservador em defesa do bem-estar dos animais há alguma consciência da questão do consumo de carne. Os que ainda a consomem apresentam suas desculpas e, quando preparam refeições para outros, estão sempre prontos a oferecer alternativas. Há uma nova consciência sobre a necessidade de se estender a simpatia por cães e gatos a porcos, galinhas e até a ratos de laboratório.

Não tenho certeza do quanto desta mudança se deva creditar ao livro Libertação Animal. Jornalistas de revistas populares apelidaram-no de "bíblia do movimento de libertação animal". Não posso deixar de sentir-me lisonjeado, mas, ao mesmo tempo, estou um pouco constrangido. Não acredito em bíblias: nenhum livro detém o monopólio da verdade. Em todo o caso, a menos que toque o leitor, nenhum livro pode chegar a lugar algum. Os movimentos de libertação dos anos 60 tornaram a Libertação Animal um passo óbvio: esse livro reuniu os argumentos e deu-lhes uma forma coerente. O resto foi feito por algumas pessoas excelentes, eticamente empenhadas, trabalhadoras infatigáveis — inicialmente alguns indivíduos, depois centenas, que se tornaram, gradualmente, milhares e agora, talvez, milhões — constituindo o movimento de Libertação Animal. Dedico-lhes essa edição revisada, porque, sem elas, a primeira edição teria o mesmo destino do livro Animals´ Rights [Direitos dos Animais] de Henry Salt, publicado em 1892, e deixado nas prateleiras da biblioteca do Museu Britânico, acumulando poeira até que, oitenta anos depois, uma nova geração reformulasse argumentos, topasse com algumas referências obscuras e descobrisse que tudo já havia sido dito, mas sem resultado.

Desta vez não será em vão. O movimento cresceu e tornou-se muito grande para isso. Importantes benefícios já foram alcançados em prol dos animais. Outros ainda maiores estão por vir. A Libertação Animal é, agora, um amplo movimento mundial, e ainda estará na ordem do dia por muito tempo.

Freqüentemente me perguntam se estou satisfeito com a maneira como o movimento cresceu. O modo como fazem a pergunta deixa claro que esperam ouvir: "Jamais sonhei que o livro tivesse tão grande impacto". Mas estão enganados. Pelo menos nos meus sonhos, todos os que lessem o livro exclamariam "Sim, é claro...". Imediatamente se tornariam vegetarianos e começariam a protestar contra o que fazemos com os animais. Assim, mais pessoas ouviriam a mensagem de Libertação Animal e, pelo menos as formas mais extremas e desnecessárias de sofrimento animal logo terminariam, em conseqüência de uma irresistível onda de protesto público.

É verdade, esses sonhos eram contrabalançados pela consciência que tenho dos obstáculos: o conservadorismo da maioria de nós quando se trata daquilo que colocamos no estômago; os interesses financeiros que lutam até o último milhão para defender seu direito de explorar animais visando ao máximo lucro; e o sólido peso da história e da tradição, que reforçam as atitudes que justificam essa exploração. Portanto, fiquei feliz em receber cartas de muita, muita gente que leu o livro e exclamou: "Sim, é claro...", e parou de comer carne, tornando-se um membro ativo do movimento de Libertação Animal. Fiquei ainda mais feliz, naturalmente, pois, após tantos terem lutado tão longa e arduamente, o movimento de Libertação Animal é uma realidade política e social. Contudo, ainda assim, não é bastante; nem sequer está perto de ser suficiente. Como mostra claramente essa edição, o movimento teve, até agora, pouco impacto sobre as principais formas de exploração dos animais.

Libertação Animal foi publicado pela primeira vez em 1975 e continua a ser impresso, praticamente sem alterações, desde então. Três aspectos estão agora maduros para revisão. Primeiro, quando o livro surgiu, não havia o movimento de Libertação Animal. O próprio termo era desconhecido e não havia grandes organizações — apenas algumas pequenas — trabalhando para implementar mudanças radicais em nossas atitudes e práticas relacionadas aos animais. Quinze anos mais tarde, seria decididamente estranho que um livro intitulado Libertação Animal não se referisse à existência de um movimento moderno de Libertação Animal e, por conseguinte, não comentasse o curso que o movimento tomou.

Segundo, o surgimento do movimento moderno de Libertação Animal tem sido acompanhado por um impressionante aumento da quantidade de material escrito sobre o tema — a maior parte comentando as posições assumidas na primeira edição desse livro. Também passei longas noites discutindo questões filosóficas e conclusões práticas com amigos e companheiros do movimento de Libertação Animal. Algumas respostas a todo esse debate pareceram-me necessárias, nem que seja para indicar em que medida alterei ou não meus pontos de vista.

Finalmente, o segundo e o terceiro capítulos desse livro descrevem o que significam nossas atitudes atuais em relação aos animais em dois dos campos principais em que são utilizados: a experimentação e a criação. Tão logo comecei a ouvir pessoas dizendo coisas como "Certamente, as coisas melhoraram muito desde que isso foi escrito...", soube que seria necessário documentar o que acontece hoje em dia nos laboratórios e nas granjas, apresentando ao leitor descrições que não podem ser descartadas com o argumento de serem pertencentes a uma era distante e obscura.

As novas descrições constituem a maior parte das diferenças entre a presente edição e as anteriores. Resisti, no entanto, às sugestões de que deveria acrescentar relatos semelhantes de outros tipos de abusos contra os animais. O objetivo do material factual não é servir de relatório exaustivo do modo como tratamos os animais; ao invés, pretende mostrar de maneira clara, nítida e concreta, como indiquei no final do primeiro capítulo, as implicações da concepção filosófica mais abstrata do especismo apresentadas nesse capítulo. A omissão das discussões sobre caça, captura em armadilhas, indústria de peles, maus tratos a animais de estimação, rodeios, zoológicos e circos não significa que tais assuntos sejam menos importantes, mas tão-somente que os exemplos cruciais da experimentação e da produção de alimentos são suficientes para os objetivos pretendidos.

Decidi não responder a todos os pontos levantados pelos filósofos sobre os argumentos éticos desse livro. Isto alteraria a natureza do próprio livro, transformando-o em um trabalho acadêmico, interessante para meus colegas de profissão, porém enfadonho para o leitor comum. Em vez disso, indiquei, em locais apropriados no texto, alguns outros escritos, onde minhas respostas a certas objeções podem ser encontradas. Também reescrevi uma passagem no capítulo final, em que mudei de idéia sobre um ponto filosófico cuja relação com a fundamentação ética sobre a qual assenta a argumentação desse livro é apenas periférica. Quanto a essa fundamentação, ministrei aulas sobre ela, mencionei-a em palestras e seminários em departamentos de filosofia, e discuti-a em profundidade, tanto verbalmente quanto por escrito; entretanto, nunca me defrontei com objeções insuperáveis, nada me fez pensar que os simples argumentos éticos que embasam esse livro não são sólidos. Tem sido estimulante constatar que muitos de meus colegas mais respeitados do campo da filosofia concordam comigo. Deste modo, tais argumentos são mantidos aqui, inalterados.

Ainda falta tratar do primeiro dos três aspectos a serem atualizados: a descrição do movimento de Libertação Animal e do curso que tomou.

Tanto nos relatos sobre experiências em laboratório quanto sobre criação industrial, e no capítulo final dessa edição revisada refiro-me a algumas das principais campanhas e conquistas do movimento de Libertação Animal. Não tentei descrever as campanhas em detalhes, porque alguns dos principais ativistas o fizeram em um livro intitulado In Defense of Animals [Em Defesa dos Animais], que editei há algum tempo. Mas uma questão importante para o movimento deve ser ressaltada nesse livro: a violência. Eu a abordo a seguir.

Os ativistas têm recorrido a uma série de meios para fazer avançar os objetivos da Libertação Animal. Alguns procuram educar o público distribuindo panfletos e escrevendo cartas a jornais. Outros fazem pressão em funcionários do governo e seus representantes eleitos para o Parlamento ou o Congresso. Organizações de ativistas fazem demonstrações e protestos do lado de fora de locais onde se inflige sofrimento a animais para servir a objetivos humanos triviais. Porém, muitos se impacientam com o lento progresso conseguido por tais meios e desejam implementar ações mais diretas para deter de imediato o sofrimento.

Ninguém que compreenda o sofrimento suportado pelos animais pode criticar essa impaciência. Em face da contínua atrocidade, não basta sentar-se e escrever cartas. Há necessidade de ajudar os animais já. Mas, como? Os legítimos canais usuais para protesto político são lentos e incertos. Devem-se arrombar as portas e libertar os animais? Isso é ilegal, no entanto, a obrigação de obedecer à lei não é absoluta. Ela foi justificadamente quebrada por aqueles que ajudaram escravos fugitivos na América do Sul, para mencionar apenas um paralelo possível. Problema mais grave é que a literal libertação de animais de laboratórios e granjas industriais pode ser tão-somente um gesto simbólico, pois os pesquisadores simplesmente encomendarão novas levas de animais e, além disso, quem pode encontrar abrigo para mil porcos ou 100 mil frangos de uma granja industrial? Os reides de grupos da Animal Liberation Front [Frente de Libertação Animal] de vários países têm sido mais eficazes quando conseguem provas da violência praticada contra animais que, de outra forma, não seriam conhecidas. No caso do ataque de surpresa ao laboratório do Dr. Thomas Gennarelli, da Universidade da Pensilvânia, por exemplo, videoteipes roubados forneceram a prova que, finalmente, convenceu até mesmo o secretário de saúde de que as experiências deviam ser interrompidas. É difícil imaginar que esse resultado pudesse ser alcançado de outra forma, e só posso elogiar as pessoas corajosas, diligentes e sérias que planejaram e executaram essa ação específica.

Mas outras atividades ilegais são muito diferentes. Em 1982, um grupo autodenominado "Animal Rights Militia" [Milícia dos Direitos dos Animais] enviou uma carta-bomba para Margareth Thatcher; em 1988, Fran Trutt, uma ativista dos direitos dos animais foi presa no momento em que colocava uma bomba do lado de fora dos escritórios da U.S. Surgical Corporation, uma empresa que usava cães vivos para demonstrar seus instrumentos cirúrgicos de grampear. Nenhuma dessas ações foi, de forma alguma, representativa do movimento de Libertação Animal. Antes,jamais se tinha ouvido falar do Animal Rights Militia, e a ação foi imediatamente condenada por todas as organizações do movimento de Libertação Animal britânico. Trutt trabalhava isoladamente e suas ações foram logo denunciadas pelo movimento americano. As provas apresentadas também sugeriam a existência de uma armadilha, pois ela foi levada para o escritório da empresa por um informante pago, contratado pelo consultor de segurança da U.S. Surgical. Porém, essas ações podem ser vistas como um dos extremos do espectro de ameaças e hostilidades aos experimentadores, peleteiros e outros exploradores de animais. Portanto, é importante que os participantes do movimento de Libertação Animal deixem claro sua posição em relação a essas ações.

Seria um erro trágico se mesmo um pequeno segmento do movimento de Libertação Animal tentasse alcançar seus objetivos ferindo pessoas. Alguns acreditam que pessoas que fazem os animais sofrer merecem que também se os façam sofrer. Não acredito em vingança; mas mesmo que acreditasse, seria um desvio prejudicial à nossa tarefa de cessar o sofrimento. Para tanto, precisamos mudar a mentalidade das pessoas sensatas de nossa sociedade. Podemos estar convictos de que uma pessoa que maltrata animais é completamente insensível, mas nos rebaixaríamos até seu nível dela se a feríssemos ou ameaçássemos feri-la fisicamente. Violência só pode gerar mais violência — um clichê, mas cuja trágica verdade pode ser vista em meia dúzia de conflitos ao redor do mundo. A força da causa da Libertação Animal reside em seu compromisso ético; ocupamos o elevado terreno moral. Abandoná-lo é fazer o jogo dos que se nos opõem.

A alternativa ao caminho da crescente violência é seguir a liderança dos dois maiores — e não por acaso, mais bem-sucedidos — líderes de movimentos de libertação dos tempos modernos: Gandhi e Martin Luther King. Com imensa coragem e resolução eles mantiveram-se fiéis ao princípio da não-violência, apesar das provocações e, muitas vezes, ataques de seus opositores. Por fim, tiveram sucesso porque a justiça de sua causa não podia ser negada, e seu comportamento tocou a consciência até mesmo dos que a eles se opuseram. Os males que infligimos a outras espécies são igualmente inegáveis, quando vistos com clareza; e é na justeza de nossa causa, e não no medo de nossas bombas, que residem nossas possibilidades de vitória.